quarta-feira, 15 de junho de 2011

Secretário de Saúde e diretora do HMC prestam esclarecimentos na Câmara

Divulgado dia 14 de junho de 2011 - 18:08

Luiz Carlos Maia Heloisa Helena explica aos vereadores a situação do Hospital da Criança e os atendimentos lá realizados.

assessoria de imprensa

A diretora do Hospital Municipal da Criança, a médica Heloísa Helena Sampaio, e o secretário municipal de Saúde, Carlão Derman, estiveram na Câmara de Guarulhos nesta segunda-feira, 13 de junho. Eles prestaram esclarecimentos para a Comissão Técnica de Saúde e Higiene Pública sobre as mortes de crianças ocorridas no período de 52 dias no Hospital Municipal da Criança (HMC).

Segundo Heloisa Helena, a maioria das crianças morreu vítima da Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (Sara) e que não houve a transmissão de infecção de uma criança para a outra. Ao ser questionada pelo vereador Ricardo Rui (PPS), a diretora negou a ocorrência de surto por um determinado microorganismo. Ela também se disse convicta sobre o resultado dos exames que apontaram a inexistência de transmissão de infecção.

O relatório da Vigilância Sanitária Estadual que culminou pelo fechamento da UTI do Hospital Municipal, segundo Heloisa Helena, aponta a ausência de manuais de rotina de procedimento de enfermagem. Trata-se de protocolos utilizados para evitar as infecções hospitalares em geral. “Creio que eles tenham determinado o fechamento por prevenção e para a investigação dos óbitos”, disse a diretora.

Ela reconheceu a necessidade de reformas na Unidade de Terapia Intensiva do hospital, tais como a mudança da rede de gases, do piso etc. Heloisa Helena, entretanto, pondera sobre a falta de leitos em UTI pediátrica na cidade, fato que dificulta a interrupção do atendimento e a reforma. A diretora garantiu que os apontamentos feitos pela Vigilância Sanitária não têm relação com as mortes.

LAUDOS

O vereador Novinho Brasil (PTN) quis saber se a diretora identificou a necessidade de reforma antes de as mortes terem ocorrido e, se ela havia comunicado à Secretaria de Saúde. Heloisa Helena informou que sim, mas explicou que as necessidades vão surgindo aos poucos e, à medida que isso ocorre, os relatórios são enviados ao secretário. “No ritmo que é possível dentro do serviço público, sempre que pedimos às coisas, elas vão sendo atendidas”, disse a diretora.

O vereador Eduardo Carneiro (PSL) sugeriu à Comissão de Saúde que requisite à Vigilância Sanitária Municipal as notificações relacionadas ao HMC nos últimos 24 meses, bem como laudos de manutenção periódica da UTI, da Caixa d´água e a relação de fornecedores de materiais de enfermagem. Carneiro propôs ainda que a Comissão convide o diretor clínico do HMC, Paulo Monteiro, para falar sobre as mortes. Prontamente Carlão Derman disse que enviaria as informações solicitadas.

CIRCUNSTANCIADO

Derman informou que a Secretaria de Saúde estabeleceu uma comissão especial para estudar cada um dos procedimentos realizados nas crianças que morreram, bem como verificar os motivos da intervenção e propor as medidas necessárias. “Essa comissão está estudando cada um dos prontuários, diagnósticos e exames e vai preparar um relatório circunstanciado sobre cada caso. Comprometo-me a encaminhar uma cópia a cada um dos vereadores”, declarou.

O secretário reconheceu as deficiências estruturais do prédio e disse que as reformas vão sendo feitas à medida que tem disponibilidade orçamentária e tentando prejudicar o menos possível o atendimento. “Fechar a UTI, como eu deveria ter feito antes, é um risco. Para tomar uma atitude dessas tem que se colocar na balança o que é mais arriscado”, disse Derman. O motivo é o fato de a cidade possuir apenas 16 leitos de UTI pediátrica do SUS (Sistema Único de Saúde), sendo dez no Hospital da Criança.

Para Derman, sempre é possível melhorar e diminuir os riscos de infecção hospitalar. “Estamos nesse momento fazendo adequações bastante custosas. Estamos trocando piso, vamos colocar forração na parede, contratando novo sistema de ar condicionado e vamos ter uma UTI ainda mais segura”, informou.

EXAGERADO

O secretário afirmou ter certeza de que os óbitos não têm relação aos problemas apontados pela Vigilância Sanitária em sua notificação de interdição. “As mortes não foram por infecção hospitalar, pois as crianças já entraram no Hospital com infecção”, afirmou. Segundo ele, nos meses de fevereiro e março, não houve óbito na UTI do Hospital da Criança. “Agora tivemos esse número exagerado em abril e maio, então a comissão está estudando todos os casos para saber se foi em função de equipamentos ou de erro etc”, concluiu.

A Comissão de Saúde é composta pelos vereadores Jonas Dias, do PT, na presidência; Silvana Mesquita, do PV, e Ricardo Rui, do PPS. Também participaram da reunião extraordinária os seguintes parlamentares: Ademil Martins (PSB), Eduardo Soltur (PV), Eduardo Carneiro (PSL), Novinho Brasil (PTN), Índio (DEM), Otávia Tenório (PRP), Zé Mario (PTN) e Zé Luiz (PT).Ricardo Rui
 

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