sábado, 2 de julho de 2011

Ônibus ainda são obstáculos para cadeirantes guarulhenses.

Camila Garcia e Silas Macedo
Da Redação

A cidade de Guarulhos, com mais de 1,3 milhão de habitantes e 2º maior PIB do Estado de São Paulo, possui atualmente cerca de 90% de seu sistema de transporte público adaptado para receber cadeirantes, deficientes físicos e portadores de mobilidade reduzida, mas na prática estes usuários ainda encontram dificuldades. Durante a tarde de sexta-feira, a reportagem do DG convidou dois cadeirantes para verificar a qualidade deste serviço em trajetos distintos.


O primeiro trajeto foi feito pelo diretor do Sindiquimícos e vice-presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência Física de Guarulhos (CMAPD), Toninho Messias, 39 anos, que ficou paraplégico aos 24, após levar um tiro na coluna vertebral atuando como policial militar. Para fazer o trajeto entre a Praça Getúlio Vargas, no Centro, e a Avenida Octávio Braga de Mesquita, no Vila Barros, Messias não encontrou dificuldades. O cadeirante embarcou no primeiro ônibus que passou, da empresa E.O Guarulhos, linha 453 – São João.

Messias foi recepcionado pelo motorista, que fez o manuseio do elevador, além de auxiliá-lo com o cinto de segurança. Porém, como o equipamento não foi instalado corretamente, Messias sentiu todos os solavancos durante a viagem. O desembarque também ocorreu sem dificuldades. Já o retorno para o Centro não foi tão tranquilo. Dois ônibus da mesma empresa pararam fora do ponto e um terceiro parou corretamente, mas o motorista não estava com a chave que liga o elevador. Até que após 20 minutos de espera, Messias conseguiu embarcar e retornou ao Centro, com toda segurança. “Vejo de forma positiva a implementação dos elevadores. Senti falta de treinamento para os profissionais. Creio que há muito há ser feito para garantir a acessibilidade em nossa cidade”, disse Messias.

O segundo trajeto foi realizado pela funcionária pública, Regina Célia, 41, que ficou paraplégica aos 6 anos após levar um tiro durante em um assalto. Moradora da região do Gopoúva, Regina utiliza o transporte público diariamente para ir e voltar do trabalho.

“Já passei por muitos apuros, não apenas nos ônibus, mas também nas ruas da cidade, que não são adaptadas para receber um cadeirante”, lamenta a funcionária pública.

Na primeira tentativa de seguir viagem, o ônibus da E.O. Guarulhos que parou no ponto da Avenida Emílio Ribas, no Gopoúva, sentido Centro, não estava adaptado para cadeirantes. Regina aguardou cerca de 10 minutos até conseguir embarcar em um coletivo da Empresa Campos dos Ouros. O cobrador realizou o procedimento correto com o elevador e também utilizou o cinto de segurança conforme as normas de segurança. Dentro do coletivo, Regina não teve grandes problemas e o desembarque na Praça dos Estudantes foi tranquilo.

No retorno para casa, ela embarcou em um ônibus da E.O Guarulhos na Praça dos Estudantes, no Centro. O cobrador realizou o processo de maneira correta, porém, teve problemas para colocar o cinto. Durante o trajeto, o coletivo começou a encher e Regina passou por alguns desconfortos por conta da superlotação, mas desembarcou na Avenida Emílio Ribas sem transtornos.


VISTORIA 

A assessoria de imprensa das empresas de ônibus de Guarulhos, representada pela Guarupas, explica que todos os funcionários recebem treinamento admissional e períodico, que normalmente acontece pós-férias.

A instituição afirma ainda que diariamente os elevadores são inspecionados nas garagens, a exemplo dos itens de segurança: pneus, amortecedores e parte mecânica. Essa inspeçao é visual. Mensalmente ocorrem as manutençoes preventivas programadas.

A Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) afirmou que os treinamento são organizados pela Escola Pública de Trânsito, com apoio da Coordenadoria de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. A pasta disponibilizou um canal para e reclamações pelo fone 2475-6996.


Fonte: diariodeguarulhos.com.br

Um comentário:

  1. Isso acontece em Guarulhos, depois de toda mudança no transporte da cidade onde só a empresa de ônibus ganha, andando menos e ganhando mais o a incrível ideia do Bilhete Único, cadeirantes da nossa cidade ainda encontra dificuldades não do nos ônibus mais na infra-estrutura da cidade somente no centro da cidade é encontrado rampas de acesso nas calçadas muito diferente do que se vê nos bairros nem mesmo a vereadora silvana mesquita que também é cadeirante, não mostra interesse como um todo para a cidade.

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