Mãe diz que irá à polícia porque quer saber quem é o responsável.
A Secretaria Municipal da Saúde de Guarulhos, na Grande São Paulo, anunciou nesta quarta-feira (6) que abriu uma sindicância, com prazo de conclusão em dez dias, para apurar se houve irregularidade no atendimento ao bebê Wallas Kevyn da Conceição dos Santos, de 2 meses.
O bebê foi internado para tratar uma pneumonia no Hospital Municipal da Criança e precisou ter parte do dedo do pé direito amputado no dia 30. A criança continua internada no mesmo hospital, sem previsão de alta. Os médicos optaram por uma amputação mínima, que atingiu apenas a extremidade do dedo, próxima da unha.
A criança é submetida a novas avaliações todos os dias e os médicos descartaram nesta quarta-feira necessidade de nova amputação, mas não quiseram garantir se o mesmo quadro se repetirá no futuro. "A gente trabalha com exame clínico diário. Eu posso te dar como a criança está hoje. Hoje está descartado", disse a chefe de divisão médica do hospital Luciane Régis de Oliveira.
A Secretaria da Saúde de Guarulhos descartou erro médico e reiterou que continua trabalhando com duas hipóteses: a primeira, de que as as veias do pé não suportaram a medicação e surgiu uma bolha de soro com medicamento no dedão, e a segunda, de que a infecção pulmonar tenha se deslocado para o vaso sanguíneo e que isso, provavelmente, tenha sido a causa do problema vascular no dedão da criança. A nota diz ainda que, segundo especialistas, esse problema costuma acontecer em casos de infecções graves
A mãe do bebê afirmou nesta quarta-feira (6) que deve ir a uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência. “Devo ir entre hoje [quarta-feira, 6] e amanhã [quinta-feira, 7] à delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Alguma hora vai ter que aparecer um responsável. Tenho certeza que foi o erro de um médico ou de uma enfermeira”, disse ao G1 a dona de casa Joice Naraissa da Conceição, de 25 anos.
"Nossos profissionais estão acostumados com esse tipo de reação. Não é a primeira vez que ocorre. A pessoa é livre neste país para prestar queixa, entrar com ação e falar o que quiser para a imprensa. Isso não vai mudar nossa atitude", disse o secretário da Saúde, Carlos Derman.
Segundo a mãe, a criança foi internada com princípio de pneumonia e bronquiolite em 11 de junho. A mãe e o pai se alternavam para acompanhar o bebê, que teve uma convulsão no dia 12 e precisou ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um outro hospital em Francisco Morato. A vaga na UTI só surgiu no dia 14, dia em que enfermeira mostrou à mãe o problema no pé da criança.
“Eu vi o dedão direito dele preto e em volta tudo vermelho. Conversei com a médica, mas ninguém me disse o que provocou aquilo”, disse a mãe.
A criança passou a ser acompanhada por um médico vascular e por um médico ortopedista. No dia 20, curado da pneumonia, o bebê foi novamente transferido para o Hospital Municipal da Criança, em Guarulhos, para o tratamento do dedo. “Disseram-me ainda tinha pus saindo do dedo e, por isso, um pedado do dedo teria que ser amputado”, declarou a mãe. No dia 30, parte do dedo do bebê teve que ser amputado.
Segundo a dona de casa, o hospital a recebeu muito bem, mas errou ao não comunicá-la rapidamente o ocorrido com o pé do seu filho. “É um absurdo não me contarem o que aconteceu”, disse Joice.
Fonte: g1.globo.com/sao-paulo
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