quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sindicância vai apurar caso de bebê que teve parte do dedo amputado

Investigação de hospital em Guarulhos tem prazo de conclusão de dez dias.

Mãe diz que irá à polícia porque quer saber quem é o responsável.

A Secretaria Municipal da Saúde de Guarulhos, na Grande São Paulo, anunciou nesta quarta-feira (6) que abriu uma sindicância, com prazo de conclusão em dez dias, para apurar se houve irregularidade no atendimento ao bebê Wallas Kevyn da Conceição dos Santos, de 2 meses.
O bebê foi internado para tratar uma pneumonia no Hospital Municipal da Criança e precisou ter parte do dedo do pé direito amputado no dia 30. A criança continua internada no mesmo hospital, sem previsão de alta. Os médicos optaram por uma amputação mínima, que atingiu apenas a extremidade do dedo, próxima da unha.
A criança é submetida a novas avaliações todos os dias e os médicos descartaram nesta quarta-feira necessidade de nova amputação, mas não quiseram garantir se o mesmo quadro se repetirá no futuro. "A gente trabalha com exame clínico diário. Eu posso te dar como a criança está hoje. Hoje está descartado", disse a chefe de divisão médica do hospital Luciane Régis de Oliveira.
A Secretaria da Saúde de Guarulhos descartou erro médico e reiterou que continua trabalhando com duas hipóteses: a primeira, de que as as veias do pé não suportaram a medicação e surgiu uma bolha de soro com medicamento no dedão, e a segunda, de que a infecção pulmonar tenha se deslocado para o vaso sanguíneo e que isso, provavelmente, tenha sido a causa do problema vascular no dedão da criança. A nota diz ainda que, segundo especialistas, esse problema costuma acontecer em casos de infecções graves
A mãe do bebê afirmou nesta quarta-feira (6) que deve ir a uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência. “Devo ir entre hoje [quarta-feira, 6] e amanhã [quinta-feira, 7] à delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Alguma hora vai ter que aparecer um responsável. Tenho certeza que foi o erro de um médico ou de uma enfermeira”, disse ao G1 a dona de casa Joice Naraissa da Conceição, de 25 anos.
"Nossos profissionais estão acostumados com esse tipo de reação. Não é a primeira vez que ocorre. A pessoa é livre neste país para prestar queixa, entrar com ação e falar o que quiser para a imprensa. Isso não vai mudar nossa atitude", disse o secretário da Saúde, Carlos Derman.
Segundo a mãe, a criança foi internada com princípio de pneumonia e bronquiolite em 11 de junho. A mãe e o pai se alternavam para acompanhar o bebê, que teve uma convulsão no dia 12 e precisou ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um outro hospital em Francisco Morato. A vaga na UTI só surgiu no dia 14, dia em que enfermeira mostrou à mãe o problema no pé da criança.
“Eu vi o dedão direito dele preto e em volta tudo vermelho. Conversei com a médica, mas ninguém me disse o que provocou aquilo”, disse a mãe.
A criança passou a ser acompanhada por um médico vascular e por um médico ortopedista. No dia 20, curado da pneumonia, o bebê foi novamente transferido para o Hospital Municipal da Criança, em Guarulhos, para o tratamento do dedo. “Disseram-me ainda tinha pus saindo do dedo e, por isso, um pedado do dedo teria que ser amputado”, declarou a mãe. No dia 30, parte do dedo do bebê teve que ser amputado.
Segundo a dona de casa, o hospital a recebeu muito bem, mas errou ao não comunicá-la rapidamente o ocorrido com o pé do seu filho. “É um absurdo não me contarem o que aconteceu”, disse Joice.
Fonte: g1.globo.com/sao-paulo

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