quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Uma CPI para que o Brasil não pare

Ernesto Zanon  
A oposição ao governo federal tenta mais uma vez juntar pelo menos 171 assinaturas de deputados e outras 27 de senadores para que seja aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito mista para investigas as muitas denúncias de corrupção que pairam sobre alguns ministros da presidente Dilma Roussef (PT). Esta já é a quarta ou quinta tentativa feita pelos atuais parlamentares nos últimos meses, pedindo investigação em relação a peças importantes da administração federal. Como ainda conta com ampla maioria, o governo consegue se livrar de qualquer imbróglio que possa ameaçar o poder instituído.

Até aqui, a defesa do governo aponta para ações pontuais, já que a presidente andou promovendo algumas demissões, principalmente no Ministério dos Transportes, detonando até uma crise na base, com a ameça do PR, partido aliado, de sair do governo, depois que o titular da Pasta, Alfredo Nascimento, foi convidado a sair. Antes, quando Antonio Palocci ficou no centro das atenções e colocou todo o governo sob suspeita, ele acabou convencido a pedir demissão, esfriando qualquer tentativa da oposição de ir a fundo nas investigações.

Porém, neste momento, após uma série de denúncias que vêm de diferentes veículos importantes da grande mídia, Dilma Roussef prefere interromper a faxina, mantendo votos de confiança nos ministros da Agricultura e do Turismo, os dois que mais chamam a atenção neste momento. Coincidentemente, a dupla tem as bênçãos do PMDB, principal aliado do PT. Ou seja, não seria tão simples para a presidente tentar passar a vassoura nestes nomes já que sua governbilidade ficaria ameaçada.

Desta forma, corre-se o risco de as denúncias não serem devidamente investigadas, caso não haja vontade política.

Assim, justifica-se que o parlamento exerça seu papel de fiscalizar as ações do Executivo, abrindo uma comissão mista. Porém, trata-se de uma ação que não pode se transformar em uma caça às bruxas. Diferente disso, deve contribuir com a presidente para que ela consiga, de uma vez por todas, governar o país. Evitar a CPI neste momento pode colocar o Brasil em uma grave crise política, que prejudicaria a governabilidade. A faxina pregada por Dilma tem que ir muito além do que apenas varrer parte da sujeira para debaixo do tapete.

Fonte:guarulhosweb.com.br

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