sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As fachadas começam a cair

Entidades “sem fins lucrativos”, as ONGs vêm, nos últimos anos sendo utilizadas como fachadas para assaltar os cofres públicos. Como representantes do “terceiro setor”, que não fazem parte da estrutura do Estado e nem do mundo empresarial, elas ganharam força no Brasil após o fim da ditadura, quando pessoas desiludidas com a militância partidária resolveram fundar organizações para atuar em alguma frente social.

As ONGs então passaram a ser vistas com ares de simpatia, como entidades dedicadas a ajudar pessoas de setores menos favorecidos. Pelas causas nobres que defendiam, começaram a receber recursos do Estado para fazer um serviço que seria próprio do poder público. Porém, defendiam que elas poderiam fazer melhor e com menores custos. E até poderiam, como existem organizações sérias que cumprem com dignidade seus objetivos.

Porém, a companheirada do PT, espertalhões por natureza, perceberam que havia uma brecha enorme para seus propósitos criminosos. Trataram de usar algo nobre para o desvio de recursos públicos, criando ONGs de fachada para promover o enriquecimento pessoal de muitos e, também, fortalecer o caixa 2 do partido. 

Na última década, tornou-se o modus operandi preferido pelos governos petistas, por todos os cantos do Brasil, conforme uma série de denúncias nos mais diferentes estados e municípios.

O caso Água e Vida, em Guarulhos, capitaneado pelo prefeito Almeida e sua família, é – infelizmente – só mais um entre tantos que continuam levando dinheiro público para mãos erradas. Não a toa, hoje o PT e seus principais líderes só sobrevivem sob o manto dessas organizações, que tiveram suas finalidades completamente distorcidas. O programa Segundo Tempo, cujas denúncias explodem na mídia agora, vem há anos servindo ao PC do B, uma filial do PT.

Pouco tempo atrás, quando vieram à tona os escândalos envolvendo o Ministério do Turismo, um alto funcionário da Pasta sugeria a um pretenso fraudador como montar uma ONG para desviar recursos públicos. Dizia para quem quisesse ouvir: “Pega um prédio moderno. O importante é a fachada”.

Será que é mesmo? Felizmente, graças ao estado democrático, mas principalmente em decorrência da liberdade de imprensa que, despida de quaisquer outros interesses, vem promovendo denúncias, tornando-se o principal órgão fiscalizador em todo o país, não só a fachada desses farsantes deve cair, mas a casa toda.

Carlos Roberto de Campos

Empresário, deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.

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