A revista Veja desta semana traz na capa o título “Dez motivos para se indignar com a corrupção”, numa matéria que é de estarrecer, quando se tem conhecimento da condição em que vive a maioria da população. A situação é tão vergonhosa, sobretudo quando se sabe da vastidão da impunidade, pois é insignificante o que se consegue recuperar das mãos dos gatunos.
A publicação aponta o que seria possível fazer com os R$ 85 bilhões pilhados pela bandidagem. Conheça algumas delas: erradicar a miséria do País; custear 17 milhões de sessões de quimioterapia; custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais; construir 241 quilômetros de metrô; construir 36 mil quilômetros de rodovias; construir 1,5 milhão de casas.
Como se pode notar, em vez de responderem a processo e estar na prisão, os beneficiados por esses recursos devem ter seus iates, suas mansões, suas contas recheadas no exterior e se divertirem muito à custa do sofrimento do povo brasileiro.
Na mesma reportagem, a revista publica a estonteante estimativa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): “Nos últimos dez anos foram desviados dos cofres brasileiros R$ 720 bilhões”.
Mais: a Controladoria-Geral da União auditou 15.000 contrados da União com estados, municípios e ONGs e encontrou “irregualridades em 80% deles”.
Veja informa que “os esquemas mais visíveis estão no governo federal, responsável por 51% de toda a verba pública. Mas governadores e prefeitos também costumam embolsar dinheiro oficial.”
Parece restar a esperança de que a presidente Dilma Rousseff haja com firmeza, como tem feito em pelo menos quatro ministérios, e marque seu governo como aquele que resolveu acabar com esse nefando crime, sobretudo quando se sabe da situação da saúde (onde há mais fraudes) é uma das que mais tem feito o povo sofrer e morrer, muitas vezes de forma desumana e sem a menor assistência especializada. Morem nas portas e nos corredores dos hospitais desse Brasil afora, sem serem atendidos.
Se perguntar não ofende, quanto dos R$ 56 bilhões destinados para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada no Rio, em 2016, poderão seguir outros caminhos, já que é previsível que esse montante aumente ainda mais nos previsíveis reajustes de preços e aditivos.(C.R.)
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