Graças à falta de empenho das administrações do PT, de Elói Pietá e de Sebastião Almeida, o carnaval quase desapareceu em Guarulhos. Bem antes do PT chegar ao poder, nos anos 90, bem organizados, os desfiles chamavam a atenção da grande mídia, que transmitia a festa de Guarulhos para todo o Brasil.
Mas, a partir de 2002, quando o ex-prefeito menosprezou a cultura popular, o carnaval caiu em desgraça em Guarulhos. Os bailes nos clubes acabaram. No Nosso Clube, Vila Galvão, Cecap, Recreativo, as festas - além de reunir as famílias - eram quase uma extensão da avenida. Um a um fecharam as portas para a folia. Blocos populares iam para as ruas. Quem não se lembra da banda Retranca, Turma do Peru, Hospitaloco ou da Banda Bicha, a única que sobreviveu?
Hoje, o apoio público é canalizado para os amigos da companheirada e de vereadores da base. Quem faz parte do grupo, mundos e fundos, até por empresas que bancam o carnaval em troca de benefícios na administração. Quem está fora, vire-se. Mas não é assim que se lida com a cultura popular.
Ao perceber o erro cometido por seu padrinho, Almeida tenta – de forma atabalhoada – posar como o rei da folia. Os desfiles foram para os bairros. Até aí nada de mal. Mas levar as escolas e blocos, além das torcidas, para a beira de um córrego poluído, cheio de lixo e com um cheiro insuportável, é menosprezar a população. Pura demonstração de falta de respeito.
Para realizar um carnaval é necessário, primeiro de tudo, o envolvimento da sociedade. E isso não ocorre apenas em quatro dias de folia. Não é contratando – a peso de ouro – musas do carnaval paulistano e carioca. É necessário investir nas escolas e blocos o ano todo, com trabalhos de formação cultural. Não basta dar dinheiro. Precisa muito mais, como respeito e atenção às atividades realizadas nas comunidades.
Apesar de toda essa falta de sensibilidade da administração petista, as escolas e blocos buscam fazer sua parte. Destaque-se a superação desses grupos, que tentam manter o carnaval vivoem Guarulhos. Fica aqui nosso parabéns a escola do Parque Cecap, a campeã deste ano, assim como a Imperatriz do Morro, Unidos do Paraventi, Vai quem Fica, Imperial e Império do Samba, além de todos os blocos, que levaram para a avenida o que restou do carnaval da cidade.
Para Guarulhos retomar sua mais importante festa popular, é necessário tratar o carnaval como tal. Como sempre frisamos, com o que a Prefeitura gasta, seria possível fazer muito mais, melhor e mais barato.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, suplente de deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.
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