sexta-feira, 24 de junho de 2011

Moradora afirma que local abandonado era reduto de estuprador


Laís Domingues
Nove casas são demolidas no Pimentas
Desespero – Moradores ficam desolados com a derrubada das casas
Nove casas são demolidas no Pimentas
Laís Domingues
Com o respaldo de seis viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM), seis da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas  Rocam), duas da Guarda Civil Ambiental e integrantes do Canil da GCM, foi realizada ontem demolição de nove casas da Rua Manga, no Jardim Albertina, região do Pimentas. Ainda em construção, as residências, segundo a Secretaria de Assuntos Jurídicos, ocupavam ilegalmente área pública e a ação foi para zelar pelo patrimônio público. 
Mesmo com a reação das famílias que construíam no local, e do choro e dos gritos das crianças, a ação foi pacífica. O líder comunitário Kerid Francisco de Souza, de 45 anos, estava revoltado e precisou ser contido pelos guardas. Segundo ele, a comunidade decidiu ocupar a área de pouco mais de 20 metros qua- drados há cerca de duas semanas devido ao descaso da Prefeitura. “Esse lugar estava cheio de mato, abandonado e servindo de ponto de drogas.” 
De acordo com Souza, duas reuniões foram agendadas com o secretário de Assuntos Jurídicos, Severino José da Silva Filho, ambas desmarcadas e reagendadas para o próximo dia 28. “Antes que pudéssemos negociar qualquer coisa, apareceram para derrubar as casas”, disse. 

Viúva não tem para onde ir com filho deficiente 
A dona de casa Doraci Aparecida Pereira, de 49 anos, é viúva há pouco mais de dez meses e desde então vive de favor na casa de ex- vizinhos com um filho de sete anos e outro de quatro, este com Síndrome de Down. Sobrevivendo com a ajuda da comunidade, que também colabora com o leite e as fraudas do filho mais novo, Doraci viu na construção de dois cômodos e um banheiro com nove metros de comprimento por quatro de largura, que teve o material doado, uma esperança de vida. “Sábado ia colocar a telha e entrar na casa. É um pedacinho de terra para não ficar na rua. Tanto dinheiro sendo jogado fora”, disse emocionada. 

Moradora afirma que local abandonado era reduto de estuprador
A dona de casa Elisangela de Souza Silveira, de 34 anos, iria mudar com o marido e as três filhas, de quatro, seis e 12 anos, para a nova casa no sábado. Despejada há três meses de onde morava de aluguel, Elisangela estava  inconformada com a situação. “Esse local vai voltar a ser uma área cheia de mato, de ratos, e de criminosos”, comentou, referindo-se ao comércio de drogas no local, reduto de um estuprador até cerca de cinco meses, quando o meliante foi preso. A família da dona de casa pediu empréstimo para o empregador do marido para pagar pela obra. “Isso vai ser descontado mensalmente do salário dele”, disse. 

Fonte: www.folhametro.com.br

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