sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pais de bebê ameaçam processar Hospital Municipal da Criança

  06 de junho de 2011 • 18h32 • atualizado às 22h05.
Guilherme Kastner
Instituição passou a atender com portas fechadas após denúncias
Pais de bebê ameaçam processar Hospital Municipal da Criança
Silas Macedo
Da Redação
O arrumador de cargas José Denis dos Santos, 30 anos, e sua mulher, não se conformam com a morte da filha de sete meses, internada no dia 4 de maio deste ano no Hospital Municipal da Criança (HMC), com infecção intestinal, e que segundo o HMC teve o quadro agravado e morreu por insuficiência respiratória.
“Eu não sou médico, mas creio que alguma coisa aconteceu lá. Minha filha entrou viva e saiu morta”, disse.
Santos e a mulher ameaçam processar o hospital e contestam a causa da morte apresentada pela instituição, na Justiça. “Na data da morte da minha filha (4 de maio) uma outra criança morreu na UTI.”
A unidade foi fechada após a denúncia anônima recebida pela promotora de Justiça da Infância e da Juventude, Renata Gonçalves, sobre a morte de 14 bebês na UTI Pediátrica (Unidade de Tratamento Intensivo) do HMC, sendo 12 na UTI e 2 no Posto de Atendimento.
A Vigilância Sanitária Estadual realizou uma vistoria que constatou diversas irregularidades relacionadas ao controle de infecção hospitalar.
Já a dona de casa Francisca da Silva, 32 anos, defende o hospital, afirmando que a filha de 11 meses foi bem atendida durante o tempo que ficou internada na UTI Pediátrica. Segundo ela, a menina morreu por anemia aguda. “Não acredito que houve algum foco de infecção na UTI. Minha filha foi bem tratada e acompanhada com atenção pela equipe do hospital”, afirmou Francisca.
A Secretaria Municipal da Saúde instituiu uma comissão para investigar a causa das mortes, apurando possíveis falhas de funcionários ou equipamentos. A pasta iniciou a reforma da UTI no último sábado, com previsão de término em dez dias.
Denúncia por meio da internet
No mesmo dia em que a promotora Renata de Oliveira recebeu denúncia por telefone sobre o atendimento precário no Hospital da Criança (24/5), que em seguida teve sua UTI interditada pela vigilância sanitária, uma guarulhense recorreu ao site da rádio Jovem Pan em busca de socorro para o seu sobrinho.
Viviane Cristina da Silva Oliveira contou que o menino corria risco de morte e cita informações desencontradas sobre a visita do nefrologista, terminando com um apelo. “Como fica a criança? Esperando um especialista até não der mais tempo? Precisamos de ajuda urgente.”

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