terça-feira, 19 de julho de 2011

Moradores correm risco de despejo, mesmo apresentando contratos de compra

Marianna Falcão - Foto: Ana Paula Almeida
Para impetrante de ação, famílias foram enganadas por falso proprietário.
Terrenos foram adquiridos há mais de 15 anos pelos moradores, mas documentação seria inválida

Cerca de 60 famílias do Parque Santos Dumont foram surpreendidas com uma ação de reintegração de posse. Moradores da rua José da Penha e da rua Luís Gomes correm o risco de serem despejados, mesmo tendo como comprovar aquisição do terreno através de contrato de compra.
A viúva de Pedro Ernesto Maraccini Paltrinieri, Marli Maraccini Paltrinieri, é a responsável pela ação de reintegração de posse, que está em andamento na Vara Cível da Comarca de Guarulhos. Segundo o advogado, Alexandre Fonte, se os moradores têm contrato de compra dos imóveis, não é um documento fornecido pelos proprietários legais.
Aproximadamente 24 mil metros quadrados foram vendidos por Antoniel Lourenço dos Santos, que na época era corretor da imobiliária Santos Imóveis, utilizando o registro de 49.707 do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-SP). Cada família precisou pagar o valor de R$ 7.160 para adquirir um terreno de 125 metros quadrados.
De acordo com o Creci-SP regional de Guarulhos, desde 1998, Santos não efetua o pagamento obrigatório do Conselho. Por este motivo, uma execução fiscal impõe fase de cancelamento do registro do corretor.
A dona de casa, Maria das Dores da Silva, 51 anos, proprietária há 15 anos de um imóvel, na rua José da Penha, explica que conheceu o corretor através dos antigos patrões que eram amigos dele. "Adquiri o terreno em dezembro de 1996 com um sinal de R$ 2 mil, e quitei as promissoras de 12 parcelas de R$ 180, e outras 12 de R$ 250. Como pode agora alguém querer tomar posse do que é meu?".
A doméstica, Antônia Maria Santiago, 51 anos, mora há 20 anos, na rua Luís Gomes e não consegue acreditar no que está acontecendo. A filha Valdirene Santiago da Silva, 24 anos, monitora de transporte escolar, disse que Antoniel apareceu no bairro na última quarta-feira, mas foi embora rápido, porque ficou com medo de ser linchado pelos moradores que correm o risco de serem despejados.
Os moradores do Parque Santos Dumont têm até o próximo dia 28 para apresentarem uma defesa ao juiz. O HOJE não conseguiu localizar Antoniel para falar sobre o caso.

Fonte: guarulhosweb.com.br

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