quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Decisão é constrangedora e empareda Dilma

Por: Fernando Rodrigues
A decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, por unanimidade, de recomendar a exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, tem como consequência mais saliente constranger a presidente Dilma Rousseff.


Trata-se de um constrangimento porque Dilma Rousseff conferiu a Lupi um tratamento diferente do padronizado para os outros 5 ministros já demitidos sob acusação de corrupção.

Se 5 foram embora, por que Lupi fica? Dilma decidiu manter seu ministro do Trabalho porque a relação custo-benefício de uma demissão agora, no final do ano, não seria favorável para o Palácio do Planalto. Seria necessário manter a pasta sob o domínio do PDT e isso daria menos margem de manobra para a presidente fazer sua reforma ministerial no início de 2012.

Ou seja, Lupi está ficando na cadeira não porque o Planalto firmou convicção de que ele é competente e inocente das acusações de malfeitos. O ministro da Trabalho permanece no governo apenas por conveniência política de Dilma Rousseff.

O problema agora é que a presidente ficou emparedada. Ela não é obrigada a demitir Carlos Lupi. Mas arcará com um custo político de manter na Esplanada alguém que é considerado impróprio pela Comissão de Ética Pública.

Para uma presidente e um governo que se refestelam com a imagem de faxineiros da ética, é um constrangimento de razoável tamanho.

Para piorar as coisas, Dilma está de viagem marcada para a Venezuela nesta 5ª feira (1º.dez.2011). Terá de tomar uma decisão antes da partida ou se conformar com o desgaste político enquanto estiver fora.

E quem estará no Palácio do Planalto? Não é Michel Temer, o vice. Ele estará em Nova York, dando uma palestra. O presidente da República nesta 5ª feira será Marco Maia (PT-RS) --presidente da Câmara dos Deputados e o 3º na linha sucessória.


fonte:uolpolitica.blog.uol.com.br

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