terça-feira, 19 de março de 2013

Robin Wood às avessas - Por Carlos Roberto de Campos

O PT já definiu uma nova bandeira para explorar eleitoralmente: a pobreza do brasileiro. Com um discurso chulo, tentando passar por cima de toda a lama que envolve as maiores lideranças do partido, até a presidente Dilma Rousseff, imitando seu mentor, o “nunca sei de nada” Lula, vem gastando sua lábia para enaltecer feitos do governo a fim de erradicar a pobreza no país. Porém, os números da economia brasileira revelam um período de trevas, com quedas sucessivas em investimentos, pibinho, volta do desemprego, alta nos índices de inflação. 

Tudo isso só faz piorar a vida dos brasileiros, aumentando o número de pessoas em situação de pobreza. Fosse diferente, em vez de comemorar o crescimento de beneficiados com o Bolsa Família, o governo deveria promover ações para dar oportunidades para os brasileiros saírem dessa condição. Faz-se propaganda demais para alardear os projetos sem, no entanto, realizar de fato o que é anunciado. 

Semana passada, mais uma vez em rede nacional de rádio e TV, em horário pago pela União, Dilma fez promoção pessoal ao anunciar uma possível queda nos impostos dos produtos que compõem a cesta básica sem, no entanto, garantir que essa diminuição atingirá o consumidor final. Analistas de mercado já se manifestaram que apenas baixas as alíquotas não se refletirão em preços menores. Afinal, o processo produtivo não é privilegiado neste país. Tanto que o governo do PT faz vistas grossas aos produtos piratas vindos de países asiáticos que entram por nossas fronteiras e são comercializados livremente nas calçadas de nossas cidades. 

Esse governo do PT fala tanto em pobreza por ser de uma pobreza de espírito nunca antes vista na história desse país. Propagam tanto que defendem os mais necessitados quando, na prática, agem como Robin Wood às avessas. Para se ter uma idéia, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, uma instituição que deveria privilegiar a produção nacional, investindo em projetos que promovessem inovações e oportunidades, está financiando apenas grandes grupos econômicos. 

Vale salientar que parte do dinheiro oferecido pelo BNDES aos grandes grupos econômicos, como Vale do Rio Doce, Ambev, Marfrig, entre outros, saem do Fundo de Amparo do Trabalhador, formado por recursos do FGTS. Ou seja, são os trabalhadores que estão financiando os grandes empresários, numa evidente contradição entre discurso e prática desse partido que, de forma leviana, apenas usa a pobreza como palanque eleitoral. Tivesse compromisso real com os brasileiros, a realidade seria outra. O BNDES estaria bancando projetos que priorizassem as oportunidades e não os oportunistas.

Carlos Roberto é deputado federal, presidente do PSDB Guarulhos e industrial

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